Pragas agrícolas comuns: identificação, danos e estratégias de controlo
Por que é fundamental conhecer as pragas agrícolas comuns?
As pragas agrícolas estão entre as maiores ameaças à produtividade, qualidade e rentabilidade das culturas. O diagnóstico precoce e preciso permite tomar medidas adequadas antes que os danos atinjam níveis críticos.
Além disso, o conhecimento detalhado do comportamento e do ciclo de vida das pragas ajuda a programar ações preventivas e a otimizar o uso de recursos, reduzindo custos e preservando o equilíbrio do agroecossistema.
Em modelos de agricultura sustentável ou biológica, esta informação é ainda mais valiosa, uma vez que as opções de controlo químico são limitadas e devem ser integradas de forma coerente com métodos alternativos.
Tipos de pragas nas culturas
Desfolhadores, sugadores de seiva, mineiros e nemátodes
Desfolhadores: larvas de lepidópteros (lagartas da couve, lagartas desfolhadoras) e coleópteros (besouros do feijão) consomem o tecido foliar, reduzindo drasticamente a área fotossintética.
Sugadores de seiva: afídios, tripes e moscas-brancas sugam a seiva, transmitem vírus e causam deformidades; o seu controlo requer atenção constante devido às elevadas taxas de reprodução e resistência.
Mineiros: larvas de dípteros e himenópteros fazem túneis dentro das folhas, limitando a função dos cloroplastos e enfraquecendo a planta por dentro.
Nemátodes: Meloidogyne spp. e Pratylenchus spp. infetam as raízes, causando galhas e nódulos que prejudicam a absorção de água e nutrientes, afetando o vigor geral.
Sintomas e danos característicos
Sinais nas folhas, caules, raízes e frutos
Folhas: manchas cloróticas, perfurações, enrolamento, padrões de mosaico ou revestimentos pulverulentos (oídio) indicam diferentes tipos de ataque.
Caules: túneis subcorticais, lesões aquosas ou abrasões sugerem insetos perfuradores de madeira ou focos bacterianos.
Raízes: galhas, podridão e falta de pelos radiculares indicam nemátodes ou contaminação do solo.
Frutos: picadas, túneis internos e manchas afundadas comprometem a comercialização e o armazenamento.
Métodos preventivos e culturais
- Rotação de culturas: alternar famílias botânicas para interromper os ciclos das pragas e reduzir o inóculo.
- Cobertura orgânica: cobertura do solo para evitar a postura de ovos e limitar as pragas do solo.
- Sementeira ajustada: adiantar ou atrasar as datas de plantio para evitar os picos populacionais das pragas.
- Controlo de ervas daninhas: remoção de hospedeiros alternativos que sustentam as pragas fora dos períodos de cultivo.
- Densidade de plantas: espaçamento das plantas para melhorar a ventilação e reduzir a humidade, dificultando o desenvolvimento de patógenos.
Controlo biológico de pragas comuns
Predadores, parasitoides e biopesticidas
- Joaninhas (Coccinellidae): consomem afídios e cochonilhas.
- Crisopídeos (Chrysoperla spp.): as larvas alimentam-se de afídios, tripes e ovos de insetos.
- Ácaros predadores: Amblyseius swirskii e Phytoseiulus persimilis controlam os ácaros-aranha e as moscas-brancas.
- Parasitoides: Aphidius colemani e Encarsia formosa parasitam afídios e moscas-brancas.
- Fungos entomopatogénicos: Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae infetam e eliminam lagartas e tripes.
Opção de controlo químico: melhores práticas
Seleção de moléculas de baixa toxicidade e conformidade regulamentar
Quando a pressão das pragas excede os limiares económicos, podem ser utilizados inseticidas de origem natural:
- Bacillus thuringiensis: toxinas específicas para lagartas de lepidópteros.
- Azadiractina (neem): compostos repelentes e anti-alimentares.
- Spinosad: eficaz contra lepidópteros e dípteros.
- Piretrinas: origem natural com ação rápida e baixa persistência.
Respeite os intervalos de segurança, as doses recomendadas e alterne os modos de ação para evitar a resistência e proteger a fauna benéfica.
Casos práticos em culturas-chave
Exemplos em cereais, hortícolas e árvores de fruto
- Cereais: libertação de Aphidius spp. para afídios e cobertura para nemátodes.
- Hortícolas: libertação de Amblyseius swirskii em tomate e utilização de Bacillus thuringiensis contra lagartas.
- Árvores de fruto: armadilhas adesivas amarelas para a mosca da fruta e libertação de Trichogramma spp. em pomares de pessegueiros.
Conclusão e chamada para ação
A identificação precisa de pragas agrícolas comuns, combinada com estratégias preventivas, biológicas e químicas de baixa toxicidade, é essencial para uma gestão integrada eficaz. Descarregue o nosso guia detalhado ou contacte a nossa equipa técnica para um plano personalizado.
Quais são as pragas agrícolas mais comuns?
As mais frequentes incluem afídios, lagartas de lepidópteros, tripes, moscas-brancas, ácaros-aranha e nemátodes das raízes.
Como pode detetar uma praga precocemente na cultura?
Procure sintomas como folhas perfuradas, manchas cloróticas, túneis em caules ou raízes e insetos ou ovos visíveis.
Que métodos preventivos podem ser aplicados?
A rotação de culturas, a cobertura, o controlo de ervas daninhas, o espaçamento das plantas e o plantio fora dos períodos de pico das pragas são ações fundamentais.
O que é o controlo biológico de pragas?
Envolve a utilização de organismos benéficos (joaninhas, crisopídeos, ácaros predadores e parasitoides) para reduzir as populações de pragas.
Quando é que o controlo químico é necessário?
Apenas quando as populações de pragas excedem os limiares económicos e os métodos preventivos e biológicos foram esgotados. Escolha produtos de baixa toxicidade como Bt, neem ou piretrinas.
Como escolher o método de controlo adequado?
Depende da praga, do estádio da cultura e das condições ambientais: combine métodos preventivos, biológicos e, se necessário, químicos seletivos.
Que benefícios oferece a gestão integrada de pragas?
Reduz os resíduos químicos, previne a resistência, protege a fauna benéfica e mantém o equilíbrio ecológico da cultura.












